domingo, dezembro 31, 2006

Bom Ano de 2007













E acho que está tudo dito....


Desejo a todos boas saídas deste ano que está a acabar e ainda melhores entradas no novo ano.


Que este seja um ano cheio de sucessos para vocês, porque para mim será de certeza... ;)


Deixo-vos então com um último pensamento de fim de ano. Vemo-nos em 2007!!!



domingo, dezembro 24, 2006

Merry Christmas Everyone!!!!




Como não podia deixar de ser nesta altura do ano, este post é apenas para vos desejar a todos um Natal muito feliz, com muitas prendinhas e docinhos e yada, yada, yada...

Espero que vocês se tenham lembrado da minha prendinha (isto sim, é a parte importante!!!!), porque para eu também receber muitas prendinhas, alguém tem que mas dar...

Espero também que tenham feito doces de jeito, que estas doçarias de Natal não caem muito no meu gosto...

É só mesmo o leite-creme e uma rabanada ou duas, mas tirando isso, dispenso tudo o resto.

Mas vocês aproveitem! Aproveitem as vossas prendinhas e os vossos docinhos, porque isto de Natal não dura todo o ano e, definitivamente, não é quando o homem (ou a mulher, na perspectiva feminista) quer...

Feliz Natal!

domingo, dezembro 10, 2006

Do you speak english?


Bom, eu dou uns toquezitos em inglês, mas ainda assim manter uma conversa em inglês, com alguém que realmente fale mesmo inglês, não é lá muito fácil...
Falta-me o vocabulário...

Uma coisa é conseguir dizer meia dúzia de frases que façam sentido, outra coisa é manter uma conversa, seja lá sobre o que fôr, sem estar sempre a pensar "Mas como é que se diz...?!".

Então, há uns tempos atrás, decidi eu que devia começar a praticar mais um bocadinho o meu inglês.
E como não tenho oportunidade de o praticar com outras pessoas...

Comecei a ver filmes, DVDs, em inglês e sem legendas. Ou então, com legendas também em inglês, que sempre ajuda um bocadinho quando não se consegue perceber o que os actores disseram.

E até me vou desenrascando benzinho... não tem corrido mal.

Bem, e agora deu-me para quê?!

Para começar a ler livros em inglês!
Mas nada de livros técnicos, porque esses acabam por ser fáceis, porque os termos que nós melhor conhecemos são mesmo os termos técnicos (quando digo nós, refiro-me à maravilhosa classe dos informáticos!!!).

O que eu comecei a ler foram livros, livros mesmo... livros com histórias.

E qual é o melhor livro para começar?????

Ora, nada mais, nada menos, do que... como não podia deixar de ser... a resposta até é bastante óbvia... (o Tó Zé se lesse isto já me ia insultar)... o...

Harry Potter!

Claro!

E pronto, e lá fui eu gastar (nem digo quanto...) a comprar todos os livros do Harry Potter, em inglês...

Ok, eu tenho que admitir, que sempre tive um bocado a paranóia de que havia de comprar os Harry Potters em inglês, para poder ler a história mesmo original.
Porque, de certeza, que há coisas que se perdem na tradução para português.
Ler o original, ler da maneira como ele foi mesmo escrito, é completamente diferente.

E então, lá ando eu, com o meu Harry Potter and The Philosopher's Stone (digam lá se assim não tem mais estilo, hã?!) e, como não podia deixar de ser, o dicionário de Inglês-Português atrás...

Sim, porque, digo-vos já, que isto não é nada fácil!
Sem experimentar, acho que ninguém tem bem a noção do que isto é...

Agora sim, sinto-me completamente ignorante em relação a vocabulário inglês... não há uma única página em que eu não tenha que ir ao dicionário ver significado de sei lá quantas palavras...

Ou seja, comecei a ler o livro há quase uma semana e ainda só vou na página 71... :(
É que isto agora demora tempo...

Bem, mas eu sou persistente e vou continuar a ler o meu Harry Potter até ao fim.
Até porque ainda tenho mais cinco Harry Potters em inglês para ler...

domingo, dezembro 03, 2006


"Ao outro dia, quase chegando a noite, Manuel Gasparim ouve vozes que parecem vir dos quartos ao fundo do corredor. Põe os ouvidos à escuta e percebe, distintamente, as vozes de um homem e de uma mulher. Grita, quem está aí? Várias vezes, muitas vezes, as ninguém lhe responde, e apenas ouve o eco que agora se junta às outras duas vozes. Não compreende aquilo que dizem. Parece que falam uma outra língua ou que inventaram uma linguagem que só eles entendem. São palavras sem nexo, sem significado. Palavras ditas ao acaso. Pensa: talvez estejam a dizer absurdos, como, por exemplo, gosto o e céu vai a casa; amanhã está o rio da rua; ou está bem o dia, mas quero solidão o livro. Palavras que nada dizem a quem as escuta. Avança pé ante pé, muito levemente, apenas se ouvem as tábuas do soalho rangendo, apenas um gemido, mas que o imcomoda. Descalça-se e caminha sobre o silêncio dos seus pés. Pensa: parece coisa do demónio o linguarejar que vem dos quartos. Bate à porta e as vozes continuam, indiferentes à batida, como se apenas ele as ouvisse e só fossem vozes na sua cabeça. Sente-se descer ao abismo que se abre dentro de si, onde está a loucura. Descer ao inferno. Entrar dentro da sombra que caminha a seu lado, olhar a luz da tarde que trespassa a janela do fundo do corredor e projecta a sua sombra, e ele dentro da sombra, como se deixasse de ter espessura, de existir, e fosse apenas a sua sombra. Abre a porta e nem assim as vozes se calam. Sente um arrepio que lhe sobe pelas costas até à cabeça e aí fica, a paralisá-lo de medo. A conversa continua, indiferente à sua presença. Grita qualquer coisa para assustar o medo. Olha para todos os lados, espreita em todos os lugares, escuta todos os sons; e não vê ninguém, não encontra ninguém. Está só no quarto e a conversa continua como se ele não estivesse ali, ou as vozes nascessem das paredes. Vozes sem corpo, sem cabeça, sem boca. Sai do quarto às arrecuas, fecha a porta e corre até ao fundo do corredor. Quando aí chega, deixa de ouvir a conversa. A casa cai no silêncio. E no silêncio apenas se ouve a respiração da casa. Senta-se à escuta e pensa: será que não foi tudo um sonho, uma alucinação? Tem medo de enlouquecer. Medo de si. Sente o medo à sua volta, insidiosoa envolvê-lo, a querer entrar. Uma cara cinzenta, quase verde. Um olho aberto e branco, e outro fechado e fundo. Senta-se numa cadeira, põe as mãos na cara e chora. Chora como choram as crianças."


Joaquim Mestre in O Perfumista